Inibidores de bomba de prótons (IBPs) e riscos associados
OS inibidores de bomba de prótons (omeprazol, lanzoprazol, pantoprazol, esomeprazol, rabeprazol….) são medicamentos amplamente prescritos e altamente eficazes no controle da acidez gástrica. Os mesmos têm melhorado a qualidade de vida de portadores da doença do refluxo gastroesofágico, auxiliado na cicatrização de úlceras e no controle do sangramento digestivo alto. No entanto os IBPs não são isentos de efeitos colaterais. Alguns estudos têm demonstrado a associação entre o uso prolongado e doença renal crônica, demência, hipomagnesemia, infecção por Clostridium difficile (bactéria que causa quadros graves de diarreia) e fraturas.
Aumento do câncer gástrico também foi relacionado ao uso prolongado dos IBPs em uma metanálise com 87mil pacientes, e em estudo populacional em Hong Kong. Neste, o risco de neoplasia gástrica mais que dobrou em usuários crônicos, mesmo após a erradicação do principal agente causador, a bactéria Helicobacter Pylori. Apesar do estudo asiático ser observacional, não podendo provar causa e efeito, e a metanálise não ajustar o principal fator de confusão (Helicobacter Pylori), é necessário prescrição cautelosa dos IBP.
O uso inapropriado destes medicamentos ocorre em até 70% das vezes. Riscos e benefícios devem ser balanceados e talvez, medidas para rastrear e diagnosticar precocemente complicações em pessoas que necessitam da medicação por tempo prolongado devam ser realizadas, como endoscopia digestiva alta, dosagens de Vitamina B12 e magnésio, e avaliação da função renal.